ECS 5 - OS TRÊS TIPOS PUROS DE DOMINAÇÃO LEGÍTIMA – Max Weber

Principais idéias do autor:

DOMINAÇÃO: é a probabilidade de encontrar obediência a um determinado mandato.

Ela pode fundar-se em diversos motivos de submissão, como por exemplo: interesse, costume e afeto.

Nas relações entre dominantes e dominados a dominação apóia-se em bases jurídicas que dão a legitimidade que a dominação precisa.

DOMINAÇÃO LEGAL: é a crença na legalidade da ordem instituída.

A principal característica dessa dominação é a burocracia administrativa.

A fonte do poder é a lei à qual se subordinam todos os que prestam obediência.

O quadro administrativo consiste em funcionários e membros que devem obedecer a uma regra estatuída que estabelece ao mesmo tempo a quem e em que medida se deve obedecer.

O ideal dessa dominação é trabalhar sem a menor influência de motivos pessoais e sem influências sentimentais de espécie alguma.

A exoneração e a renúncia são igualmente livres dentro deste regime, o que normalmente submete os dominados às normas da empresa.

DOMINAÇÃO TRADICIONAL: o poder tradicional se funda na tradição, definida como crença na rotina de todos os dias como forma inviolável de conduta.

A fonte deste poder , portanto, é a tradição que impõe vínculos aos próprios conteúdos de ordem que o senhor comunica aos súditos.

No modelo mais puro da dominação tradicional, o aparelho administrativo é o funcionário patrimonial composto por elementos pessoalmente ligados ao patrão.

Os servidores estão investidos em seus cargos por privilégio ou concessão do senhor.

Predomina nessa dominação uma combinação de princípios ético-sociais e utilitário-sociais.

DOMINAÇÃO CARISMÁTICA: a dominação carismática está fundada na dedicação afetiva a pessoa exclusiva do chefe e ao caráter sagrado, à força heróica, ao valor exemplar ou ao poder da palavra que distingue de modo especial.

A fonte do poder se estabelece em cima do novo, do que nunca existiu e neste caso carece da existência prévia de vínculos predeterminados.

A relação é entre o líder e os discípulos.

O quadro administrativo é escolhido com base no carisma e na dedicação pessoal e não constitui por isso nem uma burocracia, nem um corpo de servidores.

CONTEXTUALIZANDO...

Trazendo os escritos de Weber para as relações de poder vividas até hoje penso que a dominação tradicional teria como exemplo o Feudalismo e a Monarquia, a dominação carismática as seitas religiosas, o totalitarismo, o nazismo, etc. e a dominação legal a administração pública do Estado moderno e a administração da empresa capitalista.

Acredito que o tipo de dominação que estamos vivendo hoje no Brasil seria a dominação legal, onde há dominantes e dominados – algo está inserido em nossa cultura - , os dominantes seriam toda a rede de políticos e os dominados todos nós cidadãos que não exercemos um cargo de grande importância.

Essa questão de dominante e dominados se transfere para todos os lugares, empresas, escola, família, Igreja, saúde...

Em todos os lugares sempre haverá alguém que “manda” e alguém que “obedece”, ou seja, alguém que domina e alguém que é dominado.

Para conhecer um pouco mais de Weber:
www.culturabrasil.org/weber.htm
www.espacoacademico.com.br/043/43res_carvalho.htm